Não há como negar que fazer mudanças nos hábitos alimentares é difícil. A nossa alimentação está muito ligada à infância, às memórias e ao estilo de vida que vamos levando ao longo dos anos. No entanto, é importante perceber quando chega a hora de adotar uma atitude de mindful eating. A verdade é que a alimentação exerce uma influência direta na nossa saúde e no processo de envelhecimento.
Como surgiu o projeto NutriMind?
Em consulta, como nutricionista, sentia a necessidade de ajudar a alterar o comportamento alimentar dos meus pacientes. Comecei a estudar o mindful eating e assim surgiu o projeto NutriMind.
De forma a aliar a componente psicológica à vertente nutricional, convidei a psicóloga Joana Meira para o projeto. Assim, quem adere ao programa não beneficia apenas do acompanhamento nutricional. Também aprende a priorizar a slow food e a introduzir o mindful eating no seu dia-a-dia.
Mindful eating: Em que consiste e quais os objetivos?
O movimento mindful eating pretende ensiná-la a comer com consciência e de acordo com as necessidades do seu organismo. Este conceito (representado na figura abaixo) visa conseguir aprender a parar, ouvir e reconhecer aquilo que é verdadeiramente importante para a sua saúde e controlar a forma como se alimenta.
O mindful eating também pretende combater a alimentação impulsiva, compulsiva e descontrolada. Com um acompanhamento nutricional baseado no mindful eating, fica apta para identificar os gatilhos que despoletam a fome emocional e controlar-se quando esses momentos surgirem.
Este movimento privilegia ainda a alteração dos hábitos de vida e, consequentemente, ajuda a alcançar os seus objetivos, como a perda de peso, por exemplo.
As duas atividades práticas implementadas ao longo do projeto – slow food e mindfulness – são cruciais para desenvolver hábitos alimentares conscientes.
Quem pode beneficiar do mindful eating?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 95% das pessoas que fazem dieta e conseguem emagrecer recuperam todo o peso perdido, ou ainda mais, em apenas 5 anos.
Para mudar o estilo de vida alimentar e implementar uma dieta, tem obrigatoriamente de alterar comportamentos. Isto é essencial para conseguir uma mudança efetiva e permanente, caso contrário será apenas mais uma dieta, que em nada alterou o seu comportamento alimentar.
Por outro lado, na sociedade atual, com o ritmo agitado do quotidiano, é compreensível que tenha dificuldade em planear uma alimentação correta e equilibrada. Talvez se convença de que não tem tempo para cozinhar ou ir às compras. A que é que isso conduz?
Se está mais stressada, aborrecida ou cansada, é provável que se refugie nos alimentos e não ouça as reais necessidades do seu corpo. Sem se dar conta, está a comer em quantidade maior do que a necessária e nem sempre com qualidade.
Em suma, a alimentação serve para nutrir o seu organismo, dando-lhe energia para as atividades diárias e não para colmatar estados emocionais. Aqui reside a diferença entre fome física e fome emocional. O programa ajuda a distingui-las, bem como a aplicar estratégias alimentares e psicológicas para ultrapassar a fome emocional.