Quantas de nós passam horas a ver fotos de mulheres que dizemos ter o corpo perfeito? Quantas de nós ambicionam ter a forma física de uma modelo fitness do Instagram? Ou daquela antiga colega de escola de quem nem gostávamos?
É muito improvável que alguém diga que nunca o fez e isso é assustador. E é ainda pior se pensarmos que esta comparação com outras mulheres serve para nos inferiorizarmos.
Não é justo para connosco, nem é saudável. É o nosso corpo! Só nosso! Nascemos com ele, vivemos com ele e haveremos de morrer com ele. E a beleza do mundo não está em sermos todos diferentes? Porque é que continuamos a fazer comparações que não nos fazem bem? Porque é que fazemos tanto mal a nós próprias?
A minha jornada na busca do corpo perfeito
Para quem não me conhece, o meu nome é Patrícia Correia, nasci em Leiria e tenho 22 anos. No ano 2014, resolvi inscrever-me num ginásio e desde logo me senti em casa.
Nessa altura, soube que ajudar as pessoas através do exercício físico era a minha função. E assim foi! Licenciei-me em Desporto e Bem-Estar no Instituto Politécnico de Leiria. Atualmente dou aulas a miúdos e graúdos, seja na área da dança, do fitness ou do personal training.
A decisão de me licenciar em Desporto foi para muitos uma grande surpresa. Isto porque até aos meus 13 anos sofri com excesso de peso e a Educação Física estava longe de ser a minha disciplina favorita.
Passei por dietas extremas como o jejum intermitente e a dieta cetogénica low carb. Apostei nos treinos de cardio bi-diários, na musculação e nas aulas de grupo. Acredite que fiz de tudo para atingir aquele que sonhava ser o corpo perfeito. Se algum dia aconteceu? Não! E sabe porquê? Porque a nossa mentalidade vai mudando e os nossos gostos parecem uma montanha russa. Muitas vezes, não conseguimos sequer acompanhar tanta mudança.
Já desejei ser uma Carolina Patrocínio (magrinha e com abdominais trincados). A seguir, quis ser a Sophie Arvebrink (super musculada, com volume, mas definida). E há bem pouco tempo sonhava com o corpo da Denice Moberg (pernas grossas e barriga lisa).
Se mudamos tanto o nosso conceito de beleza, imaginem a perspetiva que temos de nós. O nosso corpo acaba também por ser submetido a estas constantes mudanças.
Somos as maiores inimigas do nosso próprio corpo
Algumas pessoas querem ser magras, outras mais gordas, umas altas e outras mais baixas. Há quem se queixe por ter seios pequenos e há quem odeie o facto de os seus serem tão grandes. Além disso, celulite, estrias e derrames são condições de que ninguém gosta.
Com certeza já olhou para alguém com as características físicas que você tem e odeia. No entanto, nunca achou nada de errado nessa pessoa. Inclusive, achou-a linda e sem qualquer defeito. Se achamos isto das outras pessoas, porque continuamos a odiar o nosso corpo?
Vamos tentar esquecer os “padrões de beleza”, as “mulheres perfeitas” e o “corpo ideal” e aceitar tudo aquilo que faz parte de nós? Vamos encarar o mundo de forma mais positiva? O seu corpo é perfeito, você é única e por isso deve cuidar de si. Mime-se e diga a si mesma o quão incrível é e o quanto merece ser feliz!
Nunca ninguém irá conseguir agradar a toda a gente. Nem a Angelina Jolie ou a Jennifer Lopez conseguem. Por isso, pare de pensar se é agradável aos olhos do mundo e simplesmente seja agradável aos seus. Pode escolher ter o “corpo perfeito”. Basta que seja o seu!